sexta-feira, 25 de abril de 2008


Saudade;

de escrever; de me expressar com essa liberdade; saudade da criança que eu era; e que ainda sou; mas que muitas vezes tento entender; saudade de um tempo inesistente, em que as pessoas eram boas; em que sorriam e conversavam como se fossem humanos normais; saudade do tempo em que haviam pessoas com coragem de enfrentar o poder; com amor no coração e palavras duras; porém corretas; saltando pela boca afora; saudade dos sonhos que não envolviam dinheiro; que não envolviam lágrimas; saudade dos pesadelos puros sobre bicho-papão; saudade do medo do monstro que há dentro do armário; saudade do choro sentido dacriança que não lembra onde deixou o urso;

Vontade;

de abandonar tudo; de conseguir acreditar que isso ainda tem jeito; de querer acreditar nas pessoas; de consguir não me importar; de querer ser cara de pau como tantos outros; de esganar quem faz a criança chorar porque perdeu a mãe e não o ursinho de dormir; de fazer virar criança; quem faz criança matar criança; de mostrar pro mundo as atrocidades que acontecem; de tentar fazer algo; de morrer por um ideal; de ter certeza que eu faço a diferença;

Sentimento;

de raiva por esses desumanos descarados; pra não fazer uso de algo pior; de amor pormim mesma; já que é só isso que vale; de egoísmo para com o velho sujo sentado na calçada; de repugno à essa politicagem inútil, hipócrita; sem caráter que governa gente sem cérebro; de nacionalismo pela minha... Espera.. Nacionalismo? Pelo quê? Acho que não...


P.L. de A.C.
Foto: www.olhares.aeiou.pt

sábado, 12 de abril de 2008

- POSTAGEM APELATIVA -

. Um menino distribindo bilhetes na rua:
- Ei Senhorita! Quer uma paixão? Um amor quem sabe?! Parece-me tão sozinha...
- Não menino, obrigada... Já estou farta destas propagandas... - disse Senhorita, se afastando para sentar em um banco. Assim fez, e começou a jogar pipoca aos pombos.
O menino veio chegando acanhado, e sentou-se ao lado da moça.
- Ei moça, pode me dar pipoca também?
Senhorita com um delicado sorriso no rosto, balançou a cabeça positivamente e ofereceu um saco grande de pipocas ao menino. Este de boca cheia começou a questionar:
- Ei moça; por que não queres um amor?
- Ah menino; tu ainda és muito novo para entender coisas do coração, sabe?! Amores são coisas muito complicadas para um coração. É uma felicidade incerta.
- Felicidade incerta?
- Sim. Uma hora você abre sorrisos de fazer clarear a escuridão de uma noite e aquecer todo o frio da mesma; e na outra... Fica com o semblante triste, pálido, não forças pra quase nada...
- Ah sim... entendi. Mas a Senhorita jpa sentiu essas coisas?
- Olha menino - começou Senhorita olhando carinhosamente para o menino - Não se felizmente ou infelizmente, já. É a coisa mais maravilhosa acordar, olhar pro sol e dizer: ele me ama. Mas quando ele não está, você abre a janela, e o sol pode estar alí, na sua frente, queimando a sua pele que você não vai conseguir enxergar... Mas o tempo faz passar...
- Faz é? - perguntou o menino curioso.
- Passar não passa não... mas adormece... e aí a gente pode fingir que esqueceu.