sexta-feira, 9 de julho de 2010

Acho que já sei o que quero..

Quero alguém que não necessite de mim, mas que goste de mim.
Que não tenha a necessidade de ouvir um "eu te amo" a cada cinco minutos, e que não me ache uma idiota por eu dizer isso quando bem entender, e quando esse alguém menos esperar. Porque, geralmente, são nas horas mais complicadas de se dizer, que eu gosto de dizer.
Tudo que é dito muitas vezes se torna banalizado e eu não gosto de coisas banalizadas.

Não. Eu gosto de coisas banalizadas. Não gosto é do título que elas ganham, justamente por muitos darem seus valores por pedidos.

Quero alguém que entenda um "eu não quero sair hoje" não como um "eu não amo mais você", mas apenas como um simples e sincero, talvez até possivelmente cansado, "eu não quero sair hoje." Como um "quero ficar em casa e olhar a TV sem prestar atenção no que realmente está passando, porque ultimamente só se passam coisas tristes na TV. E quero também sentar com as pernas cruzadas de índio, comendo um sanduíche de qualquer coisa que tiver, com suco de laranja ou refrigerante." Depois.. Depois é depois. Nunca se sabe o que mais uma noite cansada pode no trazer..

Quero alguém que pense em dinheiro, mas não o tempo todo. Que não seja a coisa mais importante, que tenha sua importância.
Alguém que queira viajar, mas sem luxo. Bater perna com um mochilão nas costas e atravessar o país de bicicleta. Conhecer geografia na prática. Sentir a terra de cada lugar, o vento de cada esquina. Ver os rostos em cada loja de conveniência.

Alguém que não me ache boba por gostar de cantar em inglês, ou francês, até alemão se for o caso.. Ou por abrir os braços no meio de uma rua vazia quando o vento soprar tão forte que faça a poeira levantar a ponto de me deixar sentir que estou voando.. E que não me ache muito maluca também.. Só um pouco, porque é saudável.. Mas muito não..

Quero alguém que goste de ficar em silêncio e que não considere isso o sinal de alguma catástrofe na relação, porque, quando não se há mais o que falar, a melhor e mais gostosa coisa a se dizer, é o nada.

Mas, no fim.. Se eu não encontrar ninguém que seja assim.. Eu me contento em varar o Brasil sozinha, na minha bicicleta amarela e com a minha mochila verde..