quinta-feira, 27 de março de 2008


' Uma tarde qualquer. Madalena ia rumo à casa da Anciã, quando se deparou com uma trifurcação. Lembrava-se muito bem da conversa com o mago:
- Mas Mestre, não vais me dizer como chegar à Anciã?
- Não. Você vai saber, Madalena. Acredite. Vai saber.
- Mas como saber, Mestre?
- Madalena, quando sentir dificuldade, sinta as respostas. Elas estão sempre ao seu redor. Durante todo o tempo. Quando tiver qualquer dúvida, pare, e sinta.
Mas e agora? Estava parada e não sentia nada de mais. Tinha medo de se perder e decepcionar quem amava. Tinha medo de falhar e ser esquecida por todos.
Foi então que um vento muito forte soprou pelas suas costas, fazendo balançar seus longos cabelos e entrar terra em seus olhos. Não conseguia enxergar nada. Estava tudo turvo. Esfregou, esfregou, esfregou os olhos. Quando os tentou abrir, olhou novamente para os três caminhos à sua frente.
Quando se deu conta, dois dos três caminhos haviam se unido e formado um só. Então ela entendeu.
- Você hein mestre. – disse para si mesma – Sempre me ensinando.
Seguiu por um dos dois caminhos que haviam se juntado, e logo chegou à cabana da Anciã. Bateu à porta e a própria a atendeu. Não lhe cumprimentou nem coisa do tipo. Era uma senhora de cabelos brancos, pele morena, fortes feições indígenas.
- O que você tem a me dizer, Madalena? – disse a Anciã, olhando diretamente em seus olhos.
- Que a vida sempre nos dá mais do que uma opção correta, mas quando estamos com os olhos livres, não percebemos. Precisamos de algo que nos faça fechar os olhos para podermos nos sentir melhores, e assim enxergarmos o que estava à nossa frente o tempo todo.
- Boa menina. Pode entrar. Há um chá quente e uma anciã pronta para conversar à tua espera.


P.L.dA.C.


Foto: www.olhares.aeiou.pt

Nenhum comentário: